terça-feira, 19 de março de 2013

DGDP estrutura novas ações de saúde e segurança dos servidores


Marisa e Luciene, do Departamento de Psicologia, estruturam projeto na DGDP.

A Divisão de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas recebeu dois reforços. A pedido da Reitoria, as docentes e psicólogas Luciene da Silva e Marisa de S.Thiago Rosa vão dedicar algumas horas por semana para pensar, estruturar e executar um programa de ações nas áreas de saúde e segurança do trabalho, que prevê abertura de concurso público para contratação de profissionais que vão atuar em plena consonância com o SESMT (Serviço Especializado de Saúde e Medicina do Trabalho). A criação do SESMT na FURB, segundo a Pró-Reitoria de Administração, está em andamento - já está na Câmara de Vereadores para aprovação.

Ambas são graduadas pela UFSC e têm mestrado em Psicologia Social e da Personalidade (PUC-RS). Luciene coordena o curso de Psicologia da FURB. Já trabalhou na ITCP numa parceria com a DGDP, com ações de qualificação de gestores da universidade, em 2003, e mais tarde fez pesquisa sobre o clima organizacional, via Sinsepes, entrevistando 185 servidores. 

Reitor João Natel teve acesso ao levantamento e convidou Luciene para ampliar essa frente. A pesquisa apontou na época, entre outras questões, várias necessidades dos servidores, em especial de qualificação, pois as ações eram básicas e os eventos também não aconteciam de forma planejada - respeitando as necessidades de treinamento - e nem recebiam avaliação do benefício. 

Mas o que mudou nestes dez anos? Segundo Luciene, muita coisa evoluiu buscando aprimorar a qualificação, com uma servidora respondendo pela área. "Mas sabemos que mais pode ser feito. A FURB mudou e um novo diagnóstico será realizado como uma das principais ações do projeto", revela.

Marisa complementa. Até por uma questão metodológica, é preciso ver as coisas no seu conjunto e não enquanto fatos isolados, realizando um plano estratégico a curto, médio e longo prazos. "Não queremos ficar apagando incêndio, mas procurar realmente mudar o foco e melhorar. Temos a confiança da Reitoria para buscar soluções". Ela foi chamada por Luciene para ajudar a diagnosticar e estruturar o plano - a sua área é mais clínica, voltada à  orientação psicológica no trabalho. Não será psicoterapia, mas dependendo da situação, haverá até encaminhamento externo, quando transcender a questão profissional. 

Ambas estão animadas, mas fazem questão de ressaltar que é um trabalho "pé no chão". Primeiro vão fazer amplo diagnóstico. Com o ISSBLU, por exemplo, querem saber quais motivos pelos quais os servidores se afastam do local de trabalho (tipos de doenças, tipos de acidentes de trabalho etc) para justamente pensar ações que minimizem ausências, acidentes e aspectos como desmotivação profissional, conflitos no trabalho em equipe, na relação com chefias. A missão é  entender o que gera sofrimento nesse servidor com problemas, seja ele técnico-administrativo ou docente. Um dos motivos de afastamento mais evidentes é a depressão.

"As organizações cada vez mais se preocupam com o absenteísmo e na FURB não pode ser diferente, pois não é bom para os servidores e nem para a instituição ter um profissional improdutivo", afirma Marisa. 

Algumas ações já ocorrem na DGDP, que tem uma equipe que orienta servidores. Mas a ideia com esse projeto é trabalhar a psicologia organizacional dentro da divisão, até porque aos psicólogos é facultado fazer diagnóstico clínico. 

A questão das chefias receberá atenção especial porque há muitas queixas dos servidores. "Ser chefe imediato implica conhecimento, habilidades e atitudes para coordenar uma equipe com eficiência. Hoje não se trabalha mais sozinho. É preciso saber orientar, comunicar, ouvir, administrar diferenças e conflitos para que as pessoas consigam produzir num ambiente de respeito mútuo. Antes o gestor era o controlador, isso mudou. Espera-se hoje um gestor com outras habilidades, que promova o trabalho em equipe e que busque junto com a DGDP a solução para os desafios que surgirem", afirmam. 

Um comentário:

  1. Parabéns pela iniciativa. A Furb deveria ser um modelo neste sentido. Esperamos que no futuro a Universidade conte com mais profissionais psicólogos.

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