Biblioteca Universitária celebra hoje 44 anos, às 19h30, com lançamento do
livro "Dicionário de personagens da obra de José Saramago", de Salma
Ferraz (pela Editora da FURB), e exposições de Elke Littig e Marco Antonio
Struve.
Santa deu capa do caderno Lazer e Diário Catarinense (estadual- abaixo, abre só para assinantes) uma página no caderno Variedades.
24 de abril de 2012 | N° 9519
LITERATURA
Saramago em verbetes
O livro Dicionário de Personagens da Obra de José Saramago, de Salma Ferraz, será lançado hoje em Blumenau
Dezoito anos de trabalho e pesquisa resultaram em 354 verbetes de autoria de Salma Ferraz que estão no livro Dicionário de Personagens da Obra de José Saramago.
O título será lançado hoje na Biblioteca Universitária Professor Martinho Cardoso da Veiga, em Blumenau, que completa 44 anos. A publicação explora 22 livros, com foco nos romances e peças teatrais de Saramago. Entre os mais de 300 verbetes, há espaço inclusive para animais e lugares que, segundo a autora, tecem nas tramas de Saramago papéis tão ou mais importantes que outras personagens humanas.
A autora veio de uma família de judeus e protestantes que liam muito e, quando entrou em contato com O Evangelho Segundo Jesus Cristo, se apaixonou tanto por José Saramago que decidiu que iria se aprofundar na história e nas obras do autor internacional. A escolha e o tamanho dos verbetes variou conforme o interesse de colaboradores e pesquisadores, que participaram da construção do dicionário, do que do protagonismo de cada uma das palavras.
Zelomi, escrava que desempenha papel fundamental em O Evangelho Segundo Jesus Cristo, por exemplo, tem perfil resumido em apenas quatro linhas. Já Maria Madalena, personagem do mesmo livro, ganhou nove páginas.
Para explicar melhor a concretização da obra, a autora Salma Ferraz concedeu uma entrevista ao Diário Catarinense.
Diário Catarinense – Como surgiu a ideia do livro?
Salma Ferraz - Quando comecei a estudar Saramago, lá pelos anos de 1990, iniciando meu projeto de mestrado sobre este autor, portanto há quase 22 anos, já tinha este projeto na cabeça.
DC –Você já teve um encontro com o autor. Como foi conhecê-lo?
Salma - Sim. Foi em Niterói, no Rio de Janeiro, em 2000, na ocasião de seu doutoramento honoris causa da UFF. Assisti uma palestra dele. No outro dia, tive a oportunidade rara de tomar o café da manhã com Saramago, quando todos já tinham ido para o congresso. Conversamos e eu o presenteei com o Livro O Quinto Evangelista, baseado na minha dissertação de mestrado. Ele brincou e disse: “A senhorinha é muito nova para escrever tão bem assim”.
DC – O projeto levou mais de 15 anos para ser concluído? Qual o motivo?
Salma – Na realidade, 18 anos. Vivemos numa época de imediatismo. Os pesquisadores são pressionados a publicar papers e artigos numa velocidade incrível. Eu trabalho noutro ritmo. Este foi um projeto longo, que requeria paciência e muitas revisões. Foi um projeto de fôlego.
DC – No total, o livro terá 3 mil exemplares?
Salma – Sim. E levamos mais três anos para conseguir os recursos. Não poderia deixar de agradecer ao Ministério da Cultura – Lei Roaunet, aos Irmãos Fischer de Brusque, à Fapesc e ao BRDE, que colaboraram via Lei de Incentivo Rouanet, para que o projeto da publicação se fizesse realidade.
DC – A distribuição também ocorre em Portugal? Qual a expectativa de venda ao público?
Salma – Sim, já mandei dezenas de livros para Portugal. Também mandei exemplares para todas as universidades estaduais e federais do Brasil. A Editora da Furb distribui exemplares para a imprensa de todo o Brasil. Haverá lançamento na Furb hoje e na UFSC, no dia 22 de maio, durante a Abertura da Semana de Letras. A expectativa primeira é o público universitário e, depois, os admiradores da obra de José Saramago.
pamyle.brugnago@santa.com.br
PAMYLE BRUGNAGO | BLUMENAUO título será lançado hoje na Biblioteca Universitária Professor Martinho Cardoso da Veiga, em Blumenau, que completa 44 anos. A publicação explora 22 livros, com foco nos romances e peças teatrais de Saramago. Entre os mais de 300 verbetes, há espaço inclusive para animais e lugares que, segundo a autora, tecem nas tramas de Saramago papéis tão ou mais importantes que outras personagens humanas.
A autora veio de uma família de judeus e protestantes que liam muito e, quando entrou em contato com O Evangelho Segundo Jesus Cristo, se apaixonou tanto por José Saramago que decidiu que iria se aprofundar na história e nas obras do autor internacional. A escolha e o tamanho dos verbetes variou conforme o interesse de colaboradores e pesquisadores, que participaram da construção do dicionário, do que do protagonismo de cada uma das palavras.
Zelomi, escrava que desempenha papel fundamental em O Evangelho Segundo Jesus Cristo, por exemplo, tem perfil resumido em apenas quatro linhas. Já Maria Madalena, personagem do mesmo livro, ganhou nove páginas.
Para explicar melhor a concretização da obra, a autora Salma Ferraz concedeu uma entrevista ao Diário Catarinense.
Diário Catarinense – Como surgiu a ideia do livro?
Salma Ferraz - Quando comecei a estudar Saramago, lá pelos anos de 1990, iniciando meu projeto de mestrado sobre este autor, portanto há quase 22 anos, já tinha este projeto na cabeça.
DC –Você já teve um encontro com o autor. Como foi conhecê-lo?
Salma - Sim. Foi em Niterói, no Rio de Janeiro, em 2000, na ocasião de seu doutoramento honoris causa da UFF. Assisti uma palestra dele. No outro dia, tive a oportunidade rara de tomar o café da manhã com Saramago, quando todos já tinham ido para o congresso. Conversamos e eu o presenteei com o Livro O Quinto Evangelista, baseado na minha dissertação de mestrado. Ele brincou e disse: “A senhorinha é muito nova para escrever tão bem assim”.
DC – O projeto levou mais de 15 anos para ser concluído? Qual o motivo?
Salma – Na realidade, 18 anos. Vivemos numa época de imediatismo. Os pesquisadores são pressionados a publicar papers e artigos numa velocidade incrível. Eu trabalho noutro ritmo. Este foi um projeto longo, que requeria paciência e muitas revisões. Foi um projeto de fôlego.
DC – No total, o livro terá 3 mil exemplares?
Salma – Sim. E levamos mais três anos para conseguir os recursos. Não poderia deixar de agradecer ao Ministério da Cultura – Lei Roaunet, aos Irmãos Fischer de Brusque, à Fapesc e ao BRDE, que colaboraram via Lei de Incentivo Rouanet, para que o projeto da publicação se fizesse realidade.
DC – A distribuição também ocorre em Portugal? Qual a expectativa de venda ao público?
Salma – Sim, já mandei dezenas de livros para Portugal. Também mandei exemplares para todas as universidades estaduais e federais do Brasil. A Editora da Furb distribui exemplares para a imprensa de todo o Brasil. Haverá lançamento na Furb hoje e na UFSC, no dia 22 de maio, durante a Abertura da Semana de Letras. A expectativa primeira é o público universitário e, depois, os admiradores da obra de José Saramago.
pamyle.brugnago@santa.com.br
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