terça-feira, 26 de agosto de 2014

Inflação está controlada em Blumenau

Quem garante

é o professor

Jamis Piazza,

em entrevista

hoje ao Santa.


Foto Rafaela Martins/JSC.

Por que está mais caro comprar


Especialistas dizem que sazonalidade e custos de produção interferem mais nos preços que a inflação

Todos os dias Hilda Silveira Balduíno, 66 anos, passa nos mercados da região onde mora. São pelo menos três onde procura as promoções.

– Toda semana aumenta. Eu vejo que varia de mercado para mercado, mas tem muitas coisas que aumentaram: sabão em pó, fruta, o leite aumentou muito, saiu do controle – avalia.

Para economizar, a estratégia de Hilda, além de aproveitar as promoções, é comprar só o que vai consumir em alguns dias:

– Hoje, por exemplo, o melão está em oferta. Então eu levo e deixo a melancia. Quando acabar, eu compro outra fruta que esteja na promoção.

Ir às compras várias vezes por semana também é a maneira que a dona de casa Eliane Freitag, 49, encontrou para tentar enxugar o orçamento do supermercado. Ela sente o aumento de preço nos produtos do dia a dia e compara os valores nos estabelecimentos que costuma frequentar:

– Eu gosto de comprar as coisas mais frescas, então acabo vindo três vezes por semana ao mercado. Vejo que os preços estão aumentando, principalmente de frutas, verduras e frios.

Apesar das queixas dos consumidores devido ao custo dos produtos, o coordenador do Índice de Variação Geral de Preços (IVGP) do departamento de Economia da Furb, Jamis Piazza, explica que os reajustes estão em um parâmetro normal, ou seja, não há aumento significativo e a inflação em Blumenau está controlada.

– Não há um grande aumento generalizado. Há um aumento normal e existem ainda os produtos sazonais, que têm variação por causa da época. Além disso, a inflação está entre 5,5% e 6%, abaixo do índice nacional, que está em 6,5%, dentro dos patamares aceitos – explica.

A especialista em economia doméstica Jurema Maria Chaves Ribeiro concorda com Piazza quanto à sazonalidade dos produtos. Ela explica que os preços variam conforme as estações:

– No inverno a carne vai ficar mais cara, mas em compensação, no verão, a seca afeta a produção de grãos como a soja.

Para Jurema, o aumento é real, mas tem um lado histórico devido ao amadurecimento dos consumidores. Com isso a variação é minimizada e se torna uma sensação:

– As pessoas por si próprias pesquisam os melhores preços e optam por promoções. O consumidor está se educando financeiramente e isso é positivo.

O professor de Gestão de Políticas Públicas da Univali, Eduardo Guerini, reforça que o aumento nos produtos é real, entretanto, a alta não é causada apenas pela inflação, mas também por fatores externos:

– A média dos preços sobe, principalmente, por causa dos custos de fabricação. O aumento na energia é um bom exemplo. Agora tivemos alta na conta de luz, isso vale para todo mundo, o produtor ou a indústria precisa repassar esse aumento. Por conta disso, sentimos a alta na hora de fazer compras.

aline.camargo@santa.com.br larissa.neumann@santa.com.br
ALINE CAMARGO E LARISSA NEUMANN|BLUMENAU
ECONOMIZE
Pesquise
- Confira preços em ao menos três locais. Se eles estiverem na mesma região, melhor. Assim é possível ter noção tanto da diferença de preço dos mercados quanto do aumento do valor do produto
Substitua
- Se o produto teve reajuste significativo para o bolso, troque a marca e até o tipo de item (manteiga por margarina), para diminuir o peso no orçamento
Compre pouco
- É mais vantajoso comprar em pouca quantidade, assim, além de evitar o desperdício, dá para aproveitar promoções
Veja a validade
- Confira o prazo de validade. Essa dica vale não só para quando estão em oferta, mas para itens que vencem em poucos dias, como pão.
Fonte: Fonte: economistas Jamis Piazza, Jurema Ribeiro e Eduardo Guerini
NO TOPO
Produtos da cesta básica que mais aumentaram em julho:
- Café: 10,8%
- Açúcar: 10,1%
- Feijão preto: 4,8%
Fonte: Fonte: IVGP Blumenau

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