sexta-feira, 13 de maio de 2011

Novos desafios da federalização

(Veja também as fotos do Daniel Zimmermann na galeria do FLICKR)

FURB Federal incorpora desafios do novo
PNE e estuda a definição de área temática

No segundo seminário do ciclo FURB Federal, que acontece no auditório da Biblioteca Universitária, ficou evidente a necessidade de incorporar ao projeto que vai ao Ministério da Educação, os desafios lançados pelo novo Plano Nacional da Educação (2011-2020), que tramita na Câmara Federal e que deve ser sancionado até o fim deste ano.

Além disso, a plenária avançou na discussão de uma nova realidade detectada em Brasília, baseada no fato de que o governo federal já criou 14 universidades federais e vem apostando em projetos de universidades temáticas ou, ainda, com áreas de excelência e públicos bem definidos. As novas instituições precisam, ainda, demonstrar foco na eficiência de gestão e redução de custos, no desenvolvimento regional e elevar a extensão a uma dimensão norteadora, aplicando-lhe a mesma importância do ensino e da pesquisa. A idéia é conectar os programas da Universidade com as reais necessidades da população, resgatando ou reforçando o compromisso social.

“O projeto de federalização da FURB deve estar sintonia com o novo PNE e levar em conta o desafio da formação do cidadão pleno”, afirmou o conferencista, professor Dr. Alexandre Moraes Ramos, da UFSC, (foto acima) que abordou justamente os processos inovadores de implantação de universidades federais no Brasil.

Sua conferência esteve bastante alinhada com recentes discursos do ministro da Educação, Fernando Haddad, e da Sesu (Secretaria de Educação Superior do MEC). Para ele, a estrutura do projeto deve contemplar as principais preocupações do novo PNE: alta taxa de evasão universitária (44,5% nas instituições privadas e 27,4% nas federais e o restante entre estaduais e municipais – ou seja, metade, em média, abandonam a academia); alta taxa de ociosidade; a caríssima e demorada implantação de infra-estrutura nas federais; a necessidade de formar engenheiros e “nerds” para criarem sistemas e programação; a inclusão no ensino superior de 33% dos jovens entre 18 e 24 anos, entre outros desafios.

“E atentar para o fato de que Pedagogia e Licenciaturas são áreas estratégicas de investimento para dar sustentabilidade às 20 metas do futuro Plano Nacional de Educação. O Ministro insiste na tese de formação de professores capazes de melhorar a qualidade do ensino médio e de atender à demanda da nova sociedade do conhecimento, já chamada de 3.0, com seus modelos mentais digitalizados. Isso exige repensar os projetos pedagógicos e tecnológicos, muito além da realidade do aluno sentado em sala de aula”, destacou, defendendo processos híbridos de cursos (presencial e a distância), currículos flexíveis que permitem mobilidade entre cursos e o foco na internacionalização.

Universidades temáticas

O professor Moraes fez uma pesquisa de alguns projetos universitários e relacionou seus principais motes de criação: universidades temáticas, multicampi, estruturas organizacionais e propostas pedagógicas diferenciadas, parceria público-privada. Exemplos: a Companhia Vale do Rio Doce empenhou apoio à criação de uma Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará; a Unila, que trabalha a integração dos países do Mercosul; o projeto da Universidade Federal do Sertão; a Unibal- Universidade Federal da Baixada Fluminense ou, ainda, a luta pela criação da Universidade Federal do Pantanal.

O seminário

O evento começou às 8:30. O pró-reitor de Ensino de Graduação, António Chivanga, fez uma contextualização dos trabalhos. A metodologia, a exemplo do primeiro seminário, envolveu conferências, grupos de trabalho e plenária, para a sistematização e incorporação das contribuições da comunidade.

O professor Pedro Mello, que coordena a equipe do Instituto de Pesquisas e Estudos em Administração Universitária (INPEAU/UFSC) apresentou uma proposta de estruturação do projeto que demonstre ao governo federal o alto nível da FURB, uma instituição pública com patrimônio, qualidade no tripé ensino, pesquisa e extensão e que busca a federalização para ampliar o atendimento da comunidade regional.

Segundo o professor Clóvis Reis, recém eleito coordenador do Comitê Pró-Federalização, “o objetivo é debater e acolher contribuições em aspectos relacionados ao ensino, pesquisa, extensão e à gestão, que serão incorporados à proposta”.

O seminário foi prestigiado, ainda, por demais professores, funcionários e acadêmicos, e pelos pró-reitores de Pesquisa e Pós-Graduação, Marcos Rivail e de Administração, Udo Schroeder, além do ex-coordenador do comitê, Valmor Schiochet.


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