sexta-feira, 8 de abril de 2011

Índice vergonhoso a superar

    O seminário pela manhã foi bastante prestigiado. Servidores, alunos e dirigentes lotaram o auditório. (Foto: Daniel Zimmermann).

O professor Dr. Pedro Antônio de Melo (foto), diretor do Instituto de Pesquisas e Estudos em Administração Universitária (INPEAU/UFSC), entidade que apóia o processo de federalização da FURB, disse hoje, pela manhã no bloco J, que a criação e federalização de institituições de ensino superior no Brasil ainda deverão se manter na pauta do governo federal. Mas tem dúvidas a respeito da celeridade, apesar da retórica governamental.

O ministro da Educação é o mesmo, mas em função das últimas medidas anunciadas pelo governo, Pedro Melo crê que a forte política de expansão da educação superior (pública e gratuita) deve ficar em stand-by no primeiro semestre, talvez retomando com ênfase já no segundo semestre. "Neste momento é que deveremos conhecer as intenções do governo federal para cumprir a meta do Plano Nacional de Educação de promover, até 2020, o acesso à Universidade de 33% dos jovens entre 18 e 24 anos. Hoje temos um índice vergonhoso que contempla apenas 14% dos 25 milhões de jovens nessa faixa etária", disse.

O Brasil tem menos de seis milhões de universitários, dos 18 milhões da América Latina. Os EUA sozinhos têm 14 milhões.

O desafio é tão gigantesco que Pedro Melo não acredita no cumprimento da meta antes de 2050. Para ele não há tempo a perder. "Deve ser uma política de Estado e não de governo permitir o acesso dos jovens ao ensino superior. O jovem está fora da Universidade não por falta de vagas, mas por não ter dinheiro para bancar os estudos, situação que exige alternativas como esta de transformar instituições reconhecidas, como a FURB, em instituições federais".

Para ele, a Universidade brasileira tem centenas de desafios. E está sendo convidada (ou intimada) a participar efetivamente da construção de uma nova sociedade, com uma visão mais social. "Ela precisa abrir-se ao entorno, escutar o barulho que vem das populações vizinhas. Ser agente do desenvolvimento sócio-econômico regional. Precisa expandir-se, criar novas vagas e preservar a qualidade. E devemos voltar a praticar a utopia de construir um mundo melhor, gerando resultados que ajudem a população a diminuir a miséria. A Universidade não pode ser ilha e nem servir apenas à formação de uma elite".

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