terça-feira, 12 de abril de 2011
Falta engenheiro de software
Há déficit de 90 mil profissionais de tecnologia da informação.
Engenheiro de software é raridade no mercado. Na Folha de S. Paulo (08/04).
Leia, ainda, este artigo da revista Engenharia de Software.
Faltam 90 mil profissionais de tecnologia
CAMILA FUSCO (DE SÃO PAULO)
O setor de tecnologia da informação deve atingir neste ano o maior deficit de profissionais de sua história.
Segundo estudo da Brasscom (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), obtido pela Folha, neste ano 92 mil vagas não serão preenchidas. O número representa crescimento de cerca de 30% ante os registros de 2010. O deficit é superior também ao enfrentado por indústria e construção, que precisam de, pelo menos, 60 mil engenheiros por ano e formam 32 mil pessoas.
Parte da explicação do deficit em TI vem da alta evasão dos cursos universitários. Dos mais de 580 mil universitários que ingressam em cursos de tecnologia, apenas 85 mil se formam todos os anos.
"O mais alarmante é que eles são disputados não apenas por empresas do setor, mas por companhias que enxergam na tecnologia um ganho de competitividade", afirma Sergio Sgobbi, diretor de Recursos Humanos e Tecnologia da Brasscom.
A escassez atinge todos os níveis profissionais. A HP Brasil, por exemplo, está com quase 550 vagas abertas para oito regiões do Brasil, em áreas de computação corporativa, serviços de tecnologia e terceirização. Algumas das mais difíceis de serem preenchidas incluem consultores de tecnologia, arquitetos e engenheiros de software.
"Só para pesquisa e desenvolvimento, parte importante do negócio no Brasil e que também cria soluções para serem exportadas, são 60 vagas abertas", diz Oscar Clarke, presidente da HP. A corrida pelo profissional de TI está inflacionando os salários. Quem não quer enfrentar um índice de rotatividade na casa dos 30% precisa pagar mais, principalmente no Sudeste.
Segundo estimativas de mercado, programadores com experiência ganham, em média, R$ 7.500 em São Paulo e R$ 5.000 no Rio. Em outros centros, a média salarial está em R$ 3.000.
REORGANIZAÇÃO
Transferir equipes técnicas para outras regiões é a opção para muitas empresas. A Autômatos, empresa paulistana de software de segurança e infraestrutura, encontrou em Florianópolis o local ideal para instalar seu centro de desenvolvimento.
Depois de comprar uma empresa local na cidade, decidiu transferir parte de sua força de trabalho do Rio e de São Paulo para a capital catarinense. Por lá, a empresa criou a Universidade Autômatos, que prepara estudantes de tecnologia. "Hoje, dos 180 funcionários, 60% estão em Florianópolis. Foi uma alternativa para fugir da pouca oferta de mão de obra e evitar o assédio de outras empresas que querem contratar profissionais do gênero", diz Moyses Rodrigues, presidente da Autômatos.
Com foco no centro de desenvolvimento catarinense, a empresa projeta crescimento de 50% em 2011 e faturamento de R$ 60 milhões.
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