sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Emprego da década

Foto na Volks: Raquel Camargo / SMABC


Blumenau fechou 2010 com a criação de 7,8 mil novas vagas.

Matéria do Santa traz como fonte o professor Nazareno Schmoeller, que explica o recorde da década.

Aqui.

Em Santa Catarina, revela a FIESC, a indústria fecha 2010 com alta de 3,6%. Aqui.  


De sua parte, Sindicato dos Metalúrgicos informa que a criação de emprego industrial no ABCD é a maior desde 2006. Leia.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Lama da incompetência


Imprensa volta a repercurtir, com destaque, a questão dos detritos e a lama represados em Taió e Ituporanga que ameaçam prolongar o racionamento de água no Vale do Itajaí.

Santa mostrou na capa a foto da sujeira na barragem de Taió.

Especialistas (Pinheiro e Tachini)  alertam para erosão que leva lama aos rios.

Lauro Bacca detona: "é a lama da incompetência", chamando os gestores públicos à responsabilidade.

Relise da Prefeitura informa que fornecimento de água, para quem depende da ETA rua Bahia, normaliza só quarta-feira que vem. A conferir.

Patinho feio


Ciclistas são vistos como empecilho em Blumenau, critica o professor Pedro Bertelli.

O mesmo que foi ao Acre numa magrela e que elogia as ciclovias de lá.

No Santa, que expõe o fracasso do modelo atual de aluguel de bicicletas.

Mesmo assim, Seterb promete ampliar ciclovias.

Investigação da mente



FURB sediará o primeiro Seminário
de Psicanálise de Santa Catarina,
em 12 de março, informa o JSC.

Edifurb se prepara para lançar e-book


 Edifurb lançará plataforma para obras eletrônicas,
 anuncia editor-executivo MaiconTenfen.

Santa dedicou duas páginas ao tema, hoje, no caderno Lazer.

Fundação Cultural também investe no livro digital.

Escritor vê o e-book como aliado.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Vale sem água potável

O racionamento (ou completa falta) de água no Vale, manchete do Santa de hoje, continua complicado.

Professor Adilson Pinheiro, indicado pelo Jornalismo da CCM, diz que o nível de lodo é surpreendente.

O pior é que a previsão de normalização quinta-feira caiu, pois a situação foi agravada por nova chuva em Rio do Campo.

 Leia relise que chegou agora da Imprensa da Prefeitura (11:56):

Turbidez da água volta a subir


A turbidez do rio Itajaí-Açu voltou a subir na manhã desta quarta-feira, dia 26, em Blumenau e região. Às 6h, foram registradas 1400 unidades de turbidez e na última medição, às 11h30min, o número chegou a 1780.


Acredita-se que os motivos sejam a chuva que ocorreu na noite de ontem em Rio do Campo, no Alto Vale, onde choveu 71mm em 1h30min e a abertura de uma das comportas da Barragem de Taió. Isso pode ter aumentando o nível de sujeira e argila no rio Itajaí-Açu, elevando a turbidez da água novamente.


Sendo assim, o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) reforça o pedido para que a comunidade racione água. A ETA II, que normalmente produz 800 litros por segundo, está trabalhando com apenas 50% da sua capacidade. A previsão agora é de que o abastecimento seja normalizado somente no fim de semana.

Universidade é para elite?

Interessante esse artigo do médico e filósofo Luiz Felipe Pondé, indicado pelo colega Formiga. Saiu dia 24/1 na Folha de S. Paulo. Como está na restrita área para assinantes, segue aberto.


Casa Grande

SOU UM acadêmico. Adoro dar aula, estudar, participar de seminários. O milagre de ver os olhos de um aluno transparecer a experiência do conhecimento é um prazer imenso. Todo dia agradeço a Deus pela coragem de ter trocado a medicina pela filosofia, ainda que, no fundo, continue vendo o mundo com os olhos do médico. A medicina impregna a alma com a percepção da fragilidade da fronteira entre fisiologia e patologia.

Mas nem por isso deixo de ver que minha tribo padece de contradições específicas, e que, em nosso caso, podem ser bem dramáticas, uma vez que somos responsáveis pela produção de grande parte do conhecimento público.

Uma dessas contradições é a relação entre universidade e elite. Para alguns, universidade é elite e pronto, e só assim realiza bem sua função. Sou um desses. Já na Idade Média, fosse Paris, Oxford ou Salamanca, era coisa de elite.

O pensador conservador e historiador das ideias americano Russel Kirk, já nos anos 50 (recomendo fortemente a leitura do seu livro "Academic Freedom", de 1955), advertia-nos acerca da "proletarização" das universidades, na medida em que ela passava a ser uma opção de ascensão social para a classe média e "gente sem posses".

Hoje, isso é fato. A forma como "carreira salarial" e "produção acadêmica" se relacionam e se confundem no cotidiano da gestão universitária na forma de "critério de qualidade" é uma prova cabal do argumento de Kirk. O fato é que quase sempre a discussão sobre "reconhecimento da produtividade" só vale se for materializado em ganho salarial, apesar das tentativas de maquiarmos o fato. No fundo, é quase tudo uma polêmica sobre folha de pagamento.

Mas não é disso que quero falar. A relação entre universidade e elite tem outras nuances que apontam para as contradições do mundo contemporâneo e sua relação com a ideia de "democratização do ensino". A vocação da universidade no cenário da democracia se confunde com a ideia de universalizar a formação superior ao mesmo tempo em que deve formar quadros técnicos de gestão da sociedade, da ciência e da cultura superior.

Daí que seja comum minha tribo tomar a palavra pública em favor da "democratização do ensino" e da "democracia nas instâncias internas da universidade". Aqui surgem duas das contradições às quais me refiro.

A primeira tem a ver, no Brasil, com a abertura de universidades às centenas e em quase toda esquina, quase sempre com qualidade duvidosa. "Universidades a R$ 399,90 por mês."

Contra essa tendência, colegas gritam, com razão, denunciando a má formação em questão. Mas o fato é que democratização significa quase sempre "barateamento do produto". Para muita gente pobre cursar universidades públicas ou particulares de renome e tradição é impossível, seja pelo restrito número de vagas, seja pelo alto custo financeiro.

A verdade é que o caráter elitista travestido de "democrático" da minha tribo revela aqui a falsidade de sua natureza e a alienação típica de quem vive regado a leite de pato na casa grande. Não se pode democratizar garantindo "vinho francês pra todo mundo". Basta vermos o barateamento do voto à medida que a democracia brasileira assimila suas classes C e D. Universidade boa é coisa cara e brasileiro não tem dinheiro.

A segunda é pior ainda. Muitos de nós mentimos sobre a "democracia" e a transparência interna da universidade.

Devido muito ao hábito oligárquico de nosso país, "estrelas" da elite das grandes universidades, publicamente "implicadas" com democracia e transparência, no cotidiano da universidade agem como o mais comum "senhor da casa grande", buscando garantir gerações futuras do quadro docente dentro do seu grupo de discípulos, realizando um verdadeiro "bullying" contra integrantes de grupos institucionalmente mais frágeis.

A universidade é dilacerada por lobbies internos que fazem dela um exemplo típico das oligarquias da "casa grande e senzala". O uso da burocracia interna faria qualquer "peemedebista" chorar de inveja. Quem for inocente que atire a primeira pedra.

ponde.folha@uol.com.br

terça-feira, 11 de janeiro de 2011