quarta-feira, 29 de maio de 2013

Justiça proíbe uso de animais na UFSC

Saiu hoje no Diário Catarinense. Medida está restrita à UFSC
O curso de Medicina da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) não pode mais usar animais em aulas práticas. A decisão é da Justiça Federal e proíbe o sacrifício de cães e ratos na formação de alunos, mas não compreende o uso em outros cursos, como Medicina Veterinária e Zootecnia, nas demais universidades, nem no polêmico Centro de Farmacologia Pré-clínica, que deve ser implantado no Norte da Ilha.
O juiz Marcelo Krás Borges, da Vara Ambiental de Florianópolis, entendeu que a UFSC tem condições de empregar meios alternativos. A pena, em caso de desobediência, é de R$ 100 mil. A sentença está baseada em uma ação civil pública aberta em 13 de maio por um órgão baiano de defesa aos animais, o Instituto Abolicionista Animal. A advogada da entidade, Danielle Tetü Rodrigues, do Paraná, não foi localizada pelo DC para comentar o caso.
O curso de medicina da UFSC usa cães e ratos desde 1960, quando foi implantado. Hoje, porém, está restrito apenas à disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, da quarta fase. Segundo o coordenador do curso, Carlos Eduardo Pinheiro, a substituição de animais nessa área não é impossível, mas depende de materiais importados de custo muito alto, capazes de imitar exatamente a textura, a elasticidade e a resistência da pele de um paciente. O pedido de compra já teria sido feito, mas nunca se concretizou devido ao valor. A UFSC só deve se pronunciar sobre isso e a sentença hoje. A universidade tem 10 dias para entrar com recurso.
Mesmo assim, o curso já conseguiu reduzir em 90% o uso de bichos em 10 anos: de 50 cães e 300 ratos por semestre, para os atuais cinco cães e 60 ratos – a própria disciplina já os substitui por materiais caseiros, como forro de sofá e frutas, mas ainda depende dos animais para as avaliações de fim de semestre.
– Em algumas áreas é mais fácil diminuir, porque o aluno não precisa injetar a substância para saber que o batimento cardíaco dele vai aumentar, por exemplo. Mas existem áreas que dependem de habilidade. Ele precisa treinar com o que é real, antes de enfrentar o paciente.

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