segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Professora lança livro na Capital

A coordenadora do curso de Jornalismo da FURB, Roseméri Laurindo (foto), lançou dia 30, em Florianópolis, o livro “AI-5 na academia: o Manual do Lead usado pelos golpistas de 1964 para punir o ensino de Jornalismo”, com selo da Editora da FURB (EdiFurb). A autora revela, pela primeira vez em livro, como o Decreto 477 do Governo Militar Brasileiro (o AI-5 da Academia) foi usado para a demissão sumária, sem direito à defesa ou benefícios trabalhistas, do catedrático José Marques de Melo da Escola de Comunicação da USP, em 1974.

O lançamento ocorreu logo após a inauguração do Monumento ao Nunca Mais na Câmara Municipal de Florianópolis, iniciativa da Comissão da Anistia do Ministério da Justiça e da Comissão da Verdade da Câmara.

Em seu discurso, Roseméri assinalou que, para contar esses fatos, o livro mesclou Política, Memória, Jornalismo e Universidade. Ela ressaltou a oportunidade da data do lançamento do livro, uma vez que no dia 31 de outubro de 1975 foi realizada a missa de sétimo dia pela morte do também jornalista Vladimir Herzog e que foi a primeira grande manifestação de protesto da sociedade civil contra as práticas da ditadura militar.

O presidente da Comissão da Verdade da Câmara, vereador Lino Peres, como professor universitário, destacou a importância de ser contada a história que envolveu o professor Marques de Melo, porque, também no ambiente do livre pensar como o da Universidade, o autoritarismo muitas vezes ronda, contando com cúmplices para se manifestar e também para calar.

O evento também contou com a presença da ministra Ideli Salvatti, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República, do conselheiro de Anistia do Ministério da Justiça, Prudente José Silveira Mello, representando no ato Paulo Abrão, presidente da Comissão de Anistia e secretário nacional de Justiça, e de Derlei Catarina de Luca, integrante da Comissão Estadual da Verdade Paulo Stuart Wright (CEV) e do Coletivo Catarinense pela Memória, Verdade e Justiça, aos quais foram entregues exemplares do livro. (Texto da professora Míriam Santini de Abreu).

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