A coordenadora do curso de
Jornalismo da FURB, Roseméri Laurindo (foto), lançou dia 30, em Florianópolis,
o livro “AI-5 na academia: o Manual do Lead usado pelos golpistas de 1964 para
punir o ensino de Jornalismo”, com selo da Editora da FURB (EdiFurb). A autora
revela, pela primeira vez em livro, como o Decreto 477 do Governo Militar
Brasileiro (o AI-5 da Academia) foi usado para a demissão sumária, sem direito
à defesa ou benefícios trabalhistas, do catedrático José Marques de Melo da
Escola de Comunicação da USP, em 1974.
O lançamento ocorreu logo
após a inauguração do Monumento ao Nunca Mais na Câmara Municipal de Florianópolis,
iniciativa da Comissão da Anistia do Ministério da Justiça e da Comissão da
Verdade da Câmara.
Em seu discurso, Roseméri
assinalou que, para contar esses fatos, o livro mesclou Política, Memória,
Jornalismo e Universidade. Ela ressaltou a oportunidade da data do lançamento
do livro, uma vez que no dia 31 de outubro de 1975 foi realizada a missa de
sétimo dia pela morte do também jornalista Vladimir Herzog e que foi a primeira
grande manifestação de protesto da sociedade civil contra as práticas da ditadura
militar.
O presidente da Comissão da
Verdade da Câmara, vereador Lino Peres, como professor universitário, destacou
a importância de ser contada a história que envolveu o professor Marques de
Melo, porque, também no ambiente do livre pensar como o da Universidade, o
autoritarismo muitas vezes ronda, contando com cúmplices para se manifestar e
também para calar.
O evento também contou com a
presença da ministra Ideli Salvatti, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos
da Presidência da República, do conselheiro de Anistia do Ministério da
Justiça, Prudente José Silveira Mello, representando no ato Paulo Abrão,
presidente da Comissão de Anistia e secretário nacional de Justiça, e de Derlei
Catarina de Luca, integrante da Comissão Estadual da Verdade Paulo Stuart Wright
(CEV) e do Coletivo Catarinense pela Memória, Verdade e Justiça, aos quais
foram entregues exemplares do livro. (Texto da professora Míriam
Santini de Abreu).
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