Texto de Léo Laps
Na tarde do dia 1º de junho, o GTCom – inédito e importante Grupo de Trabalho criado pela Reitoria (Portaria 306) para
desenvolver uma política pública de Comunicação na FURB – sediou palestra com os
jornalistas José Roberto Ferreira (foto ao lado), que dirigiu a comunicação da UNESP por 15
anos e hoje dirige a Acadêmica Agência de Comunicação (especializada em Ciência
e Tecnologia) e Moacir Loth, que comandou em algumas gestões a
Agência de Comunicação da UFSC (Agecom), que instalou, em 1987, uma política pública de comunicação. O objetivo foi ouvir e debater as
experiências e opiniões dos dois profissionais para fomentar o debate
constituído na FURB com a instalação do GT, dia 23 de maio, com representantes dos principais segmentos da Universidade. O
relato a seguir não contempla o debate que se seguiu à apresentação dos dois
jornalistas, mas contém material essencial para os próximos debates do GT. Nesta quarta-feira (06/06) o GTcom volta a se reunir para encaminhar as discussões.
Ferreira iniciou sua fala lembrando que, embora a Comunicação não seja
uma “atividade-fim” dentro de uma universidade, ela contempla aspectos da
pesquisa, do ensino e da extensão. E no atual estágio de desenvolvimento do
país, a sociedade finalmente está exigindo Ciência e Tecnologia para resolver
problemas e crescer. “Nos países de ponta, a conexão entre indústria e academia
é antiga. Muitos vencedores de prêmios Nobel fazem pesquisas dentro de empresas,
e não em laboratórios universitários. Aqui no Brasil, entretanto, as duas áreas
parecem traçar caminhos paralelos na maioria das vezes. Isto está mudando agora”,
afirmou.
O jornalista utilizou em vários pontos da palestra uma metáfora de
universidade como “estoque de conhecimento” que, de modo geral, fica distante
da sociedade. Para resolver este entrave, é preciso criar um fluxo de
informações, e aí entra a Comunicação. “O papel da universidade não pode ser
apenas formar alunos. É preciso contribuir para melhorar a sociedade, cujo
nível de alfabetização científica é muito raso. Os jovens, principalmente,
devem ter mais acesso a esse tipo de informação”, argumentou Ferreira.
O palestrante (ao lado) teceu alguns pontos essenciais sobre como acredita que um
setor de Comunicação precisa trabalhar em uma universidade: a) ter solidez para
não ficar sujeito aos humores de uma gestão, ou mesmo na mudança de reitorias.
Tal pode ser obtido justamente através de uma bem formulada política pública de
comunicação; b) ser composta por profissionais da área de Comunicação, não
usando os meios de comunicação como laboratório didático; d) apresentar uma
abordagem diferenciada dos meios comerciais, usando seu “estoque de
conhecimentos” para trazer informação útil em aprofundada para a sociedade. “É
preciso mostrar o conteúdo da universidade. Em vez de apenas dizer que é a
melhor, mostre que é”.
Ferreira também fez observações sobre a Comunicação interna. Segundo ele,
a interdisciplinaridade – permitir que um aluno de Engenharia aproveite o
“estoque de conhecimento” do Departamento de Letras, por exemplo – é um caminho
para integrar a universidade. Além disso, ao fazer os processos políticos
internos fluírem com transparência, fomentando o debate através dos meios, a
universidade os enriquece e forma novos quadros políticos. “Hoje há uma
dificuldade geral em se conseguir um chefe de Departamento, ninguém mais quer
participar. Não seria por essa falta de acesso sobre a política na
universidade?”, questionou.
O palestrante também revelou algumas estratégias utilizadas na UNESP para
fomentar a divulgação científica. O objetivo era se igualar à USP e à Unicamp
em relação à exposição midiática. “Estas estavam sempre na Folha de São Paulo,
em revistas de circulação nacional. Queríamos o mesmo”, explicou. A
universidade possuía na época 15 campus espalhados por um raio de até 700 km , o que gerou certa
dificuldade. Operacionalizaram workshops e mesas redondas envolvendo
jornalistas e pesquisadores. “Aqui, por exemplo, seria bom fazer um workshop com
jornalistas locais para que estes entendam melhor como a FURB funciona, como
abordar materiais científicos fugindo do óbvio”, sugeriu Ferreira.
Ao final da fala de José Roberto Ferreira, Moacir Loth relembrou os
primeiros passos da Agecom, no final da década de 1980, quando a UFSC
desenvolveu sua política pública de comunicação. O jornalista recordou das
reuniões com empresários, entidades externas e internas (associações,
sindicatos, diretório acadêmico, etc), onde a tônica era de críticas e
desconfiança em relação à Comunicação Institucional, principalmente devido ao
foco muito acentuado em questões relativas apenas à reitoria. “Buscamos então
legitimar a comunicação, definindo uma filosofia e uma política que
sobrevivesse a cada nova reitoria, e isso deu certo”, afirmou.
O jornalista enumerou algumas das produções da UFSC a partir daquele
momento, desde a própria Agecom ao guia de fontes – “que aproximou muito os
jornalistas dos pesquisadores” –, jornal universitário impresso – “uma
ferramenta que, quando não ativa, gera carência de informações na UFSC –, site,
resgate da memória fotográfica da universidade e a própria identidade visual,
que foi submetida a uma série de regras de padronização.
Para Loth, é necessário criar uma rubrica específica para a Comunicação
dentro de uma instituição pública. “Caso contrário, estamos sempre de chapéu na
mão”. O jornalista opinou que as mídias – tevê, rádio, web, impressos – tem de
se aproximar para obter mais força e otimizar a mão-de-obra. “O ideal é que
todos os meios se articulem e dialoguem em uma única estrutura, em algo como
uma secretaria integrada de comunicação pública”, opinou.
Quanto ao papel dos pesquisadores, Loth acredita que, quando financiados
por dinheiro público, estes tem o dever de divulgar seu trabalho. “Alguns se
escondem, uns por timidez, outros por medo de que o jornalista distorça sua
pesquisa. Em outros casos, é o jornalista que se sente inseguro ao entrevistar
um cientista”, analisou Loth.
Jornalista Moacir Loth, que instalou a PPC na UFSC em 1987
O reitor João
Natel, na instalação do GT, em 23/05 (fotos abaixo), abriu a reunião afirmando que existem críticas históricas com relação à estrutura de comunicação da FURB, e que o objetivo do GTCom, extremamente representativo, é justamente debater seu aprimoramento e constituir uma
política institucional de comunicação pública, abrangente e duradoura, que não possa sofrer grandes
alterações a cada nova gestão”. Lembrou que comunicação é um dos itens a ser
discutidos no redesenho do atual Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e
no novo Plano Estratégico, ambos processos em andamento na Universidade.
Integram o GTCom:
Coordenadoria de Comunicação e Marketing –
CCM/FURB
Técnico-Administrativo
ALEXANDRE ADAIME – Titular
Técnico-Administrativo
ARISTHEU FORMIGA – Titular
LEONARDO
LUIS LAPS – Titular
Técnico-Administrativo
MICHEL IMME
SABBAGH – Titular
Profª.
MÁRCIA REGINA BRONNEMANN – Titular
NELI
TEREZINHA FERREIRA – Titular
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
MOACIR LOTH
– Titular
ARTEMIO
REINALDO DE SOUZA –
Suplente
Associação de Imprensa do Médio Vale do
Itajaí – ASSIMVI
Centro de Ciências da Educação – CCE
Profª. MARIA JOSÉ RIBEIRO –
Titular
Centro de Ciências da Saúde – CCS
Profª.
CATARINA DE FÁTIMA GEWEHR – Titular
Técnico-Administrativa
VALQUIRIA BRODWOLF – Suplente
Centro de Ciências Exatas e Naturais – CCEN
Prof. MAURO
SCHARF – Titular
Prof.
GERALDO MORETTO – Suplente
Centro de Ciências Humanas e da Comunicação – CCHC
Prof.
NELSON AFONSO GARCIA SANTOS - Titular
Centro de Ciências Jurídicas – CCJ
Profª.
KÁTIA RAGNINI SCHERER – Titular.
Prof.
LEONARDO BEDUSCHI – Suplente
Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CCSA
Prof. EDSON LUIZ BORGES –
Titular
Prof. HÉLIO
DA SILVA – Suplente
Centro de Ciências Tecnológicas – CCT
Prof. ERWIN
HUGO RESSEL FILHO – Titular
Prof. PAULO
ROBERTO BRANDT – Suplente
Departamento de Comunicação/CCHC/FURB
Profª.
ANAMARIA TELES – Titular
Prof.
ARNALDO ZIMMERMANN – Suplente
Curso Superior de Tecnologia em Marketing/CCSA /FURB
Prof. DIOGO
SCANDOLARA – Titular
Prof. DAVID COLIN MORTON BILSLAND –
Suplente
Rádio e Televisão Educativa/FURB
Prof.
DILSON TOMIO – Titular
Técnico-Administrativo
CARLOS HENRIQUE KOCH – Suplente
Ouvidoria/FURB
Prof.
LEONIR ALBA – Titular
Técnico-Administrativo
MARCOS ALBERTO DOS SANTOS – Suplente
Escola Técnica do Vale do Itajaí – ETEVI
Prof.
VICTOR CÉSAR DA SILVA NUNES – Titular
Profª.
MARIA HELENA BATISTA – Suplente
Divisão de Gestão e Desenvolvimento de
Pessoas – DGDP/FURB
Técnico-Administrativa
EDILMA ZANGHELINI MAMEDE –Titular
Técnico-Administrativa
ANDRÉA CRISTINA DIAS
– Suplente
Centro de Memória Universitária –
CMU/Biblioteca Universitária/FURB
Técnico-Administrativa
LIANE KIRSTEN SASSE – Titular
Técnico-Administrativo
DARLAN JEVAER SCHMITT – Suplente
Diretório Central dos Estudantes - DCE/FURB
Acadêmico
LÁZARO BRUNO CABRAL LELES – Titular
Acadêmico
KASSIANO REIS GUIMARÃES – Suplente
Reitor João Natel
instalou o GTCom
em 23 de maio
(Portaria 306).
Grupo tem
até 90 dias para
apresentar um
documento a ser
discutido
pelo Consuni.
instalou o GTCom
em 23 de maio
(Portaria 306).
Grupo tem
até 90 dias para
apresentar um
documento a ser
discutido
pelo Consuni.
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