sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Reitoria abre finanças e propõe férias coletivas em janeiro


As reuniões agendadas pela Reitoria para dialogar sobre a situação financeira da FURB, o recesso de dezembro e a proposta de férias coletivas em janeiro de 2016 lotaram os auditórios do campus 1 (no bloco J e na Biblioteca, quinta à tarde e hoje pela manhã, respectivamente). Até o dia 13 de outubro os encontros com os demais técnico-administrativos vão ocorrer nos campus 2, 3 e 5 (cronograma abaixo).

O reitor João Natel e o  vice-reitor Udo Schroeder estão fazendo as explanações e respondendo as dúvidas. Basicamente, apresentam a análise de receitas e despesas até agosto de 2015 (até aqui equilibradas, pois a receita mensal ainda é maior) e discutem cenários futuros (e preocupantes) buscando a sustentabilidade financeira da FURB. 

O maior gargalo, o maior problema financeiro da FURB, é lidar com os repasses atuais e futuros do FIES pela União em 2015, ou seja, uma inadimplência de R$ 32 milhões (já foram repassados R$ 8 milhões, este ano). 

O que complica é que  o valor de R$ 13 milhões (relativo ao primeiro semestre) ainda não está na conta da instituição (apesar do que foi publicado, erroneamente, na imprensa). O ponto positivo, segundo Schroeder, é que já foram lançados os títulos dessa operação. Tanto ele como o prof. Natel acreditam que a União vai honrar os contratos de 2015, em que pese os constantes adiamentos, a desinformação e a insegurança.

Também adiantam que será preciso economizar mais e fazer urgente novos ajustes na estrutura da FURB, apesar dos enxugamentos (desde março) e das últimas medidas administrativas. Até porque, num cenário extremo, se o repasse de R$ 13 milhões do FIES não entrar na conta, haverá problema de fluxo de caixa, o que poderia afetar a folha de pagamento ano que vem, por exemplo e, claro, o repasse da inflação aos salários, em março. Outro dado importante é que a folha tem sido quitada com uma parte da reserva do 13. salário (ainda sem liberação da primeira parcela), em função dos obstáculos à Universidade para financiamento bancário. 

-- Mas acreditamos nos repasses de 2015, pois esse é um problema nacional - as grandes instituições privadas, inclusive, estão fazendo uma pressão gigantesca para receberem o FIES e também saírem do sufoco financeiro", disse Natel. 

A redução da dependência do FIES, algo almejado pela administração a esta altura, também já vem ocorrendo na FURB. Hoje o FIES ocupa 30% da receita da graduação (índice que subiu dos históricos 10% devido à facilitação e promessas de financiamento pela própria União). Mas o violento recuo nas verbas do MEC (por causa da crise federal) e a adoção de um FIES seletivo (em especial para aqueles cursos com notas mais altas, como Secretariado - 5, na FURB), refletiu com a contemplação de apenas 70 alunos das 600 vagas solicitadas pela nossa universidade para este semestre. 

-- Enfim, vamos ter que discutir como preparar a FURB no futuro para não depender tanto de verbas públicas, inclusive do artigo 170, pois o próprio governo do estado está com problemas", afirmou o reitor. 

Em que pese os cenários apresentados, o discurso é no sentido socializar as informações e defender a viabilidade das receitas da FURB (inclusive a única dívida que preocupava, a patronal com o ISSBLU, de R$ 5 milhões, está negociada, via refis), e apostar nas potencialidades da Universidade. 

Entre os planos anunciados, estão mais economia de todos os gastos e a arrumação de toda estrutura organizacional da Universidade (por exemplo, dando sequência à proposta de extinção dos departamentos, considerados redundantes, aplicando o foco nos cursos, como reza a nova resolução do MEC), resgatar a receita de serviços (que caiu de 20 para 4%); aumentar o número de especializações próprias, entre outras. "Precisamos arrumar a FURB pela qualidade dos seus cursos", adianta Natel.

Como ponto final da conversa, a Reitoria apresentou as propostas de adotar o período de recesso até o final do ano (18/12 a 02/01) e férias coletivas em janeiro de 2016 (a partir do dia 4), por ser um mês parado na FURB que gera despesas que precisam ser cortadas (só com energia são R$ 350/400 mil). O prazo dessas férias coletivas poderá ser 30, 20 ou 10 dias, nada está fechado. Todas essas ideias estão abertas para proposta dos servidores (a serem encaminhadas à DGDP) e à negociação com o Sinsepes. São propostas pensando "no bem estar dos servidores (mais descanso, que pode chegar no total a 45 dias entre recesso e férias) e na sustentabilidade financeira". 

Outro ponto abordado foi o polêmico abono pecuniário. É um direito, mas na ótica da administração, "levando-se em conta a saúde do servidor", as férias devem ser gozadas. 

A justificativa para reuniões exclusivas com os TAs é a de que havia a necessidade de socializar com mais efetividade as informações dessas pautas, já disponíveis para os docentes através dos centros e do Consuni. 

Este texto não dá conta de informar com detalhes todos os cenários apresentados  nas planilhas e nas discussões de quase três horas. Mas é uma contribuição do Blog da FURB para ampliar a reflexão e o debate. Segue o cronograma das reuniões, divulgado por e-mail,com um alteração:


Data
Dia da semana
horário
Local
Campus
1/10/2015
Quinta-feira
14:30
Auditório Bloco J
1
2/10/2015
Sexta-feira
9:00
Auditório Biblioteca
1
* 6/10/2015
Terça-feira
14:00
Sala-D-312
  2 (mudou pro dia 13)
7/10/2015
Quarta-feira
8:30
Sala-D-412
2
9/10/2015
Sexta-feira
9:00
Sala-B-204
3
9/10/2015
Sexta-feira
12:00
Sala-02 na Policlínica
5
* 13/10/2015
Terça-feira
14:00
Sala D-312
2

2 comentários:

  1. Muito bacana a proposta da Gestão. É coerente, visa o bem-estar do Servidor e a Sustentabilidade da Instituição, ou seja, é bom para todos.

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